terça-feira, 28 de junho de 2016



AGRICULTURA FAMILIAR

Inovação em agronegócio não é só coisa de grande produtor de soja. A agricultura familiar também demanda investimentos e deve ser contemplada. A dificuldade está em fazer com que as inovações cheguem a esses pequenos produtores. Por isso, o Banco Mundial (Bird) e o governo do Estado trabalham em conjunto em um projeto para aproximar empresas desenvolvedoras de tecnologias da agricultura familiar.
— As técnicas desenvolvidas para o campo são quase todas voltadas para o agricultor de grande porte. É preciso adaptar o que existe à realidade do pequeno produtor — diz Diego Arias, economista do Banco Mundial que está à frente do projeto.
Santa Catarina tornou-se destino pioneiro do projeto no mundo. De acordo com o Bird, a escolha se deu porque o Estado é um local que obteve sucesso em várias experiências nesse setor. O Banco Mundial financia e dá assistência técnica, além de apoiar o governo catarinense na coordenação e na implementação do projeto.
Para esta primeira fase, chamada exploratória, o orçamento é de US$ 300 mil. A etapa, que segue até 2017, compreende conversas com os produtores e estruturação do programa. Países da União Europeia, além de Reino Unido e
Austrália, são os financiadores. Se tudo correr conforme o planejado, a expectativa é que o projeto esteja pronto em julho de 2017. 
Falta acesso dos pequenos a novas tecnologias. Defende, no entanto, que os agricultores têm consciência da necessidade e da importância em investir em inovação.
— Na minha visão, o produtor sabe que a tecnologia é importante. O que falta é o Estado fazer o papel de facilitador. Não há caminhos para o pequeno. Se eu quiser usar energia solar na pequena propriedade, vou ter que parcelar R$ 80 mil em 10 anos. Agora, se for para construir uma grande usina solar, o BNDES dá dinheiro na hora — diz Cunha.
O pesquisador Elsio Figueiredo, da Embrapa Suínos e Aves, relata um exemplo de como o pequeno produtor tem dificuldade para acessar inovações. Um suinocultor que queira, ele mesmo, processar a carne de porco e produzir embutidos não tem como abater o animal dentro das exigências sanitárias exigidas pela legislação. Para este problema, a própria Embrapa desenvolveu uma solução: um abatedouro modular, específico para o pequeno empreendedor rural. Jornalista Léo. (LM jornalistaleo@radiosentinela.com.br  www.radiosentinela.com.br

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