SEPARÁTIO LEPROSARIUM
Exclusão desde a Era Medieval
Desde
os primeiros séculos da Era Cristã a segregação social do doente de lepra pôde
ser observada de forma contundente. Essa atitude foi considerada legítima em
vista do perigo que as doenças contagiosas representavam para a sociedade.
O aumento da enfermidade, por volta do século 3, fez com que
os doentes fossem afastados violentamente dos lugares onde residiam,
refugiando-se em colinas.
Assim nasceram os primeiros “leprosários”. Em geral, sua
manutenção dependia da prática caritativa de diferentes ordens religiosas.
Por volta do século 15, os hansenianos (leprosos) passavam
por ritual sagrado de alijamento da sociedade. O doente recebia termo leproso.
A cerimônia chamava-se Separatio
Leprosarium. O povo assistia ao cerimonial.
Um véu preto cobria o enfermo. Sobre a cabeça dele
derramavam terra, a fim de representar a sua morte. Ao término da solenidade a
autoridade eclesiástica preferia as palavras “morte para o mundo, renascença em
Deus”.
Nessa simulação, o enfermo era conduzido a um cemitério
próximo e por alguns instantes introduzido numa cova. Após o sacerdote
informá-lo das normas a serem seguidas, ele era asilado em um leprosário ou
colocado “fora do arraial”.
Mesmo tendo sido excluído do convívio social, era comum que
em algumas ocasiões fosse permitida a sua presença com o propósito de mendigar.
Geralmente, ocorria em dias festivos, quando comemorações religiosas procuravam
demonstrar que a caridade e a piedade aproximavam as pessoas de Deus.
O doente usava uma veste negra, longa e fechada, tendo um
símbolo bordado ao peito e um par de luvas para lhe cobrir as mãos, uma matraca
para anunciar a sua chegada, um bastão
em cuja extremidade era colocado um recipiente para o recebimento das caridades
e um barril para que pudesse beber água da chuva, tendo em vista estar proibido
de beber água das fontes, lagos e rios... Fonte: livro do Arraial –
Hanseníase e instituições asilares em Santa Catarina, da pesquisadora Débora
Michels Mattos. Jornalista Léo. (LM jornalistaleo@radiosentinela.com.br www.radiosentinela.com.br 27/01/2016)
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