INFÂNCIA
Dias
de sol suave, de coloridos mansos, quando o verde dos matos é o mais fresco e
cheiroso e pássaros piam no esconderijo das árvores!
Vem a
minha memória o tempo de menino, a casa em que eu morava e o mato que havia em
frente, meu irmão ia comigo buscar o coquinho selvagem, que em cachos fartos
pendia das palmeiras espinhosas.
Havia
brejos, pontiagudos de caniços, espelhando o sol vertical nas águas lodosas.
Armávamos
arapucas para as saracuras.
O
saci-pererê morava nesse mato.
À
noite vinham conversas monótonas de sapos e pios impressionantes de
inexplicáveis animais.
Dormimos
sonhando com aparições.
Mas na
manhã seguinte, ao sol quente, íamos de novo apanhar saracuras, sem pensar mas
nos terrores noturnos da véspera, esquecidos do saci-pererê.
Ó
tempo de menino! Ó meu irmão que morreu menino! Texto
de Ribeiro Couto: Um Homem na Multidão. Seleção
do Jornalista Léo. (LM jornalistaleo@radiosentinela.com.br www.radiosentinela.com.br
11-11-15)
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