Campanha
mundial Novembro Azul, ao falar da prevenção de agravos mais comuns na
população masculina, a reportagem parece reforçar, assim como a campanha
Novembro Azul, a questão de prevenção ao câncer de próstata por meio do
rastreamento. Rastrear uma doença consiste em oferecer um procedimento
médico (exames, por exemplo) a determinado grupo da população – a princípio
saudável – com objetivo de identificar pessoas que possam não saber que
estão doentes.
O
procedimento de rastreio ofertado deve ser seguro, confiável e de baixo
custo.
No
caso do rastreio do câncer de próstata, as evidências científicas não
sustentam o PSA ou o toque retal como procedimento efetivo, ou seja, não
diminuem a mortalidade e até aumentam o número de casos falso-positivos.
Portanto,
ações de controle da doença devem focar em outras estratégias, como a
prevenção primária e o diagnóstico precoce”. Diferentemente do rastreamento
(que se ocupa de
populações
saudáveis), o diagnóstico precoce oferece
|
exames
e/ou procedimentos para pacientes que apresentem sintomas (no caso da
próstata, seriam principalmente alterações da micção e da ejaculação).
Vale
lembrar que o câncer de próstata, em geral, apresenta crescimento lento e o
tratamento permite boas taxas de cura. Informar e compartilhar as decisões
com cada paciente parece ser a melhor estratégia até o momento.As campanhas
de saúde do homem devem apoiar-se na PNAISH e no debate sobre violência,
acidentes de trânsito, abuso de álcool e outras drogas, estímulos à
atividade física e alimentação saudável, saúde do trabalhador, além das
discussões sobre práticas sexuais, sexualidade e paternidade.
Há
todo um universo masculino que as tais campanhas deixam de lado ao reduzir
a saúde do homem à próstata. A cada Novembro Azul ou Outubro Rosa percebo o
quanto a Integridade em Saúde, princípio do SUS, precisa ganhar
visibilidade nas campanhas de saúde (ainda) fragmentadas. A parte pelo
todo, sinédoque da saúde do homem, definitivamente não precisa ser a
próstata.
Fonte: artigo do professor de
Medicina de Família e Comunidade – UFRJ e Mestre em Saúde Coletiva,
estampado em Radis – Janeiro-2015, Copidesque do Jornalista Léo.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário