terça-feira, 9 de junho de 2015

VÍCIOS REDIBITÓRIOS
Faz parte da legislação comercial brasileira; não lembro se no código comercial de 1850 ou do código civil de 1916.
Sérgio da Costa Ramos escreve no “DC” de 06-06-2015.
Se olharmos a origem das palavras, muita coisa que ocorre hoje fica bem explicada.
Avaí e Figueirense
Gorjeta e propina
Uma palavra nasce, vive e morre – e o seu uso; ao povo pertence!
A origem de uma palavra – tanto na sua forma mais antiga quanto em alguma etapa da sua evolução, presta-se para um divertido quebra-cabeças.
Não há nada mais divertido do que a etimologia, ou seja, a evolução e as surpresas na história de cada palavra.
A palavra “secar”, por exemplo. Vem do adjetivo latino sccus-a-um.
Aquilo que é desprovido de umidade ou de líquido, enxuto. Mas a sua atualização verbal resulta no verbo “secar”, hoje muito em voga entre as torcidas de Avaí e Figueirense.
Imprimindo às palavras um pouco de teoria darwinista da evolução, e com a cumplicidade do publicitário Márcio Bueno, autor de uma divertidíssima dissecação vernácula das origens (“A Origem Curiosa das Palavras”), chegamos à conclusão que as palavras cumprem hilariante trajeto até chegar ao seu significado corrente.
Secar: privar de água, por a seco, enxugar, desaguar, desalagar, desembeber, desensopar, ressecar, ressequir.
Notemos que a palavra e seus sinônimos vão evoluindo, do “sicca” latino ao “secar” ibérico. Até se transformar quase em “Ressacada”. Ou melhor, “Ressaca pura”, como a que vive o Avaí depois daqueles 4 a 1. Quase desgraça!
Torcer: distorcer, desvirtuar, adulterar. O torcedor seria um doente que, de tão apaixonado pelo seu clube, costuma desvirtuar os fatos, em benefício de sua paixão.
Basta ouvir a descrição de um lance de pênalti pelas torcidas rivais.
Cada uma torce o lance para um lado, daí resultando uma torcida sempre... torta.
Gorjeta: muito em voga no Brasil dos propinodutos cachoeirenses, vem do francês “gorge”, garganta, e deriva do hábito de se gratificar quem prestou o serviço de molhar a garganta.
Ou seja, recompensar o garçom. Hoje em dia, o mais provável é que o sujeito passivo da gorjeta seja um político ou servidor público graduado.
Propina: o termo “propina”, além de sinônimo de “gorjeta” vem do latim pós-Império Romano, um latim tardio, portanto – propina queria dizer “taverna”, lugar onde se conjugava o verbo “propinare” – dar de beber. Sua semântica na América espanhola mudou para “gratificação”. Também corrupção!
No Brasil, é suborno. “Propinare” passou a ser linguagem corrente na política e na CBF. Aproveitamento e acrescido de “cacos”. do Jornalista Léo.

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