VÍCIOS REDIBITÓRIOS
Faz parte
da legislação comercial brasileira; não lembro se no código comercial de 1850
ou do código civil de 1916.
Sérgio da
Costa Ramos escreve no “DC” de 06-06-2015.
Se
olharmos a origem das palavras, muita coisa que ocorre hoje fica bem
explicada.
Avaí e
Figueirense
Gorjeta e
propina
Uma
palavra nasce, vive e morre – e o seu uso; ao povo pertence!
A origem
de uma palavra – tanto na sua forma mais antiga quanto em alguma etapa da sua
evolução, presta-se para um divertido quebra-cabeças.
Não há
nada mais divertido do que a etimologia, ou seja, a evolução e as surpresas
na história de cada palavra.
A palavra
“secar”, por exemplo. Vem do adjetivo latino sccus-a-um.
Aquilo que
é desprovido de umidade ou de líquido, enxuto. Mas a sua atualização verbal
resulta no verbo “secar”, hoje muito em voga entre as torcidas de Avaí e
Figueirense.
Imprimindo
às palavras um pouco de teoria darwinista
da evolução, e com a cumplicidade do publicitário Márcio Bueno, autor de uma
divertidíssima dissecação vernácula das origens (“A Origem Curiosa das
Palavras”), chegamos à conclusão que as palavras cumprem hilariante trajeto
até chegar ao seu significado corrente.
Secar:
privar de água, por a seco, enxugar, desaguar, desalagar, desembeber,
desensopar, ressecar, ressequir.
Notemos
que a palavra e seus sinônimos vão evoluindo, do “sicca” latino ao “secar”
ibérico. Até se transformar quase em “Ressacada”. Ou melhor, “Ressaca pura”,
como a que vive o Avaí depois daqueles 4 a 1. Quase desgraça!
Torcer:
distorcer, desvirtuar, adulterar. O torcedor seria um doente que, de tão
apaixonado pelo seu clube, costuma desvirtuar os fatos, em benefício de sua
paixão.
Basta
ouvir a descrição de um lance de pênalti pelas torcidas rivais.
Cada uma
torce o lance para um lado, daí resultando uma torcida sempre... torta.
Gorjeta:
muito em voga no Brasil dos propinodutos cachoeirenses, vem do francês
“gorge”, garganta, e deriva do hábito de se gratificar quem prestou o serviço
de molhar a garganta.
Ou seja,
recompensar o garçom. Hoje em dia, o mais provável é que o sujeito passivo da
gorjeta seja um político ou servidor público graduado.
Propina: o
termo “propina”, além de sinônimo de “gorjeta” vem do latim pós-Império
Romano, um latim tardio, portanto – propina queria dizer “taverna”, lugar
onde se conjugava o verbo “propinare” – dar de beber. Sua semântica na
América espanhola mudou para “gratificação”. Também corrupção!
No Brasil,
é suborno. “Propinare” passou a ser linguagem corrente na política e na CBF.
Aproveitamento e acrescido de “cacos”. do Jornalista Léo.
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