quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

CRACK: NUNCA MÃE (02)
CONTINUAÇÃO – Os repórteres Leonardo Coutinho e André Liohn, apuraram e publicaram na Revista VEJA, que o CRACK é droga barata, feita de pasta-base de coca, bicarbonato de sódio e amônia, quando inalada, leva à produção no cérebro de quatro vezes mais dopamina (um hormônio que dá sensação de prazer) do que a cocaína.
Quatro em cada dez dependentes de crack têm endereço fixo. Não são, ainda parte daquela multidão de andarilhos que vemos nas ruas, pele e osso, maltrapilhos, com o olhar petrificado.
O crack está destruindo famílias, jogando no lixo décadas de estudo de suas vítimas e produzindo uma geração dickensiana de órfãos de pais vivos, abandonados em “lares sociais” para ser criados pela caridade dos outros.
Muitos são filhos da classe média que, não fosse pelo crack, estariam
de mãos dadas com o pai ou a mãe indo para a escola ou aprendendo a andar de bicicleta nos parques nos fins de semana.
Oito em cada dez crianças abandonadas são filhas de dependentes químicos. Milhares de brasileiras engravidaram sob o efeito do crack, gestaram seus bebês drogadas e agora lutam contra o vício para não perderem seus filhos.
São mulheres como a ex-estudante de pedagogia Lígia Carvalho Fiochi, de 34 anos de São Paulo. A reportagem de VEJA acompanhou Lígia durante pouco mais de cinco meses, começando três meses depois de ela dar à luz Lethicia. O embate entre o desejo de cuidar da filha e a vontade por diversas vezes incontrolável de usar a droga que a afasta do instinto materno é uma síntese do que enfrentam diariamente muitas outras mães brasileiras. Continua.


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