terça-feira, 30 de dezembro de 2014

PREJUÍZOS FINANCEIROS NO RÁDIO
As emissoras do interior representam verdadeiras casas de caridade. Dedicam de corpo e alma suas atividades ao bem estar da comunidade. 60% de serviços são para atendimento de pedidos de utilidade pública da população, sem condições de ressarcimento de custos.
Quando muito, quem tira proveito são os políticos que buscam retorno eleitoral.
E olhe lá! Político não pode ser dono de rádio; mas quantos deles não tem uma, ou até rede; no mínimo são parceiros de uma emissora.

Alguns exemplos
O jornal “A Tarde” de Salvador, BA, artigo de Katherine Funke – analisa, escreve e explica.
Fonte de permanentes prejuízos financeiros, segundo os donos, emissora serve para manter imagem favorável.
“Rádio no interior só dá duas alegrias: uma no dia que monta e outra no dia que vende. O custo de manutenção delas é muito superior ao ganho. Eu boto dinheiro todo mês para manter”, desabafa o deputado federal José Rocha (PFL – BA), que se diz (“doido para vender” suas rádios em Santa Maria da Vitória.
Como ele, a maior parte dos políticos que são donos de rádios no interior reclamam do parco retorno comercial. Mas poucos querem abrir mão do que dizem ser um negócio ruim.
O retorno, afinal, vem de outra forma: votos para si e amigos nas eleições. E a manutenção de opinião pública favorável na comunidade.
“Ajudou a manter meu nome na região. Por dinheiro nenhum me desfaço dela”, conta o deputado estadual Jurandy Cunha Oliveira (PRTB), sobre a Rádio AM que tem

em Ipirá. “Não vou dizer que me elegeu, mas ajudou, sim”, diz, com uma sinceridade rara entre os políticos ouvidos para esta reportagem.
Outro deputado estadual foi sincero, mas pediu sigilo do nome. “É claro que ter uma rádio no interior amplia nossa presença política. Só de não falar mal da gente já ajuda a manter a imagem”, disse, emendando em seguida, entre risos: “É claro que você não vai dizer que fui eu quem disse isso”.
Mesmo aqueles que não têm programa nem interferem na política editorial da empresa encontram uma forma de usá-la para divulgar o próprio nome. O vice-prefeito de Jaraguari, Alberto José Nunes de Sá, por exemplo, grava mensagens de datas comemorativas (Natal, Dia das Mães etc).
Segundo ele, sua RÁDIO, A Jaraguari FM, abrange “uns 400 mil eleitores” em 20 municípios.
SUCESSO – Há quem tenha encontrado na Rádio de interior um bom negócio.
O exemplo mais forte é Nobelino Dourado Filho, deputado estadual na década de 70. Dono de duas rádios em Irecê, lembra que “pegou” as emissoras “com ajuda de ACM, que na época era governador”. “Eu era deputado e achei que era importante levar informação para o interior”, conta.
Uma das emissoras, a FM Caraíbas, é a 34ª mais acessada via internet do país, segundo o site comercial Rádios.com.br.
Orgulhoso do resultado, Nobelino afirma que a rádio transmite notícias da região, fornece preços de insumos agrícolas e meteorologia. Leopoldo Miglióli – Jornalista Léo.

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