quinta-feira, 23 de outubro de 2014

LACERDA: 100 ANOS DE NASCIMENTO

Não é do gênio Carlos Lacerda que vamos falar. É do Jorge Lacerda catarinense, exemplo de caráter, qualificação, político e intelectual.
No dia 20, completou 100 anos de nascimento Jorge Lacerda, político e poeta que fez história no governo catarinense, com projetos ao empenhar-se com denodo para a instalação da UFSC e atitudes como os despachos junto com a população, semanalmente, no palácio. Foi tão bom administrador, como intelectual da grandeza de seus contemporâneos.
Jorge Lacerda era médico, bacharel em Direito, intelectual e jornalista. Filho de gregos chegados ao Brasil em 1914, nasceu Giórgis Lakierdis em 20 de outubro daquele ano, em Paranaguá, mas a família veio logo para Florianópolis, onde tinha parentes. Estudou no Colégio Catarinense e formou-se em Medicina na Universidade do Paraná em 1937. Foi eleito deputado federal em 1950 e 1954, com votações de 18 e 20 mil votos, expressivas para a época.
Assim como Luiz Delfino, Jorge Lacerda exerceu toda sua atividade intelectual no rio de janeiro, mas sem deixar de ser catarinense.
Em 1940 passou a trabalhar como repórter e depois colunista do jornal A Manhã, onde teve oportunidade de conviver com praticamente a intelectualidade da Capital da época.
Em 1942 casa-se com Kyrana Atherino, também de ascendência grega.

Ao ser criado o suplemento literário Letras e Artes do Jornal A Manhã, em 1946 na Praça Mauá – Rio, Lacerda foi convidado para dirigi-lo e o fez por cinco anos.
Os colaboradores provinham daquela plêiade de pensadores, escritores e poetas que honrariam a literatura brasileira de então. Nada mais, nada menos que Carlos Drummond de Andrade, João Condé, Manoel Bandeira, Raquel de Queiroz, Ledo Ivo, Lygia Fagundes Telles, Dinah Silveira de Queiróz, José Lins do Rego e outros.
Às 18h de 16 de junho de 1958, no meio de sua gestão, morria Jorge Lacerda, aos 43 anos de idade, em desastre aéreo, pouco antes de aterrissar no aeroporto de Curitiba. Uma multidão acompanhou o féretro, a pé, da Praça XV até a residência oficial na agronômica, onde lhe foram prestadas as últimas homenagens. Ao falecer, Lacerda deixava como único bem; um apartamento financiado no Rio de Janeiro, onde representou Santa Catarina. Este é o nosso Lacerda, o catarinense. O outro Lacerda era fluminense, também do valor incomensurável, governador de outro Estado o da Guanabara, parlamentar, culto e orador do quilate de Rui Barbosa. Pesquisa e vivência do Jornalista Léo. Leopoldo Miglióli.


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